Início ColunaOdontologia Autistas têm mais bruxismo? Entenda a relação entre as condições

Autistas têm mais bruxismo? Entenda a relação entre as condições

por Dra. Andrea Melo

O bruxismo é uma condição caracterizada pelo ranger ou apertar involuntário dos dentes, geralmente durante o sono. Seus efeitos incluem desgaste dentário, dores faciais, dores de cabeça e distúrbios do sono. Enquanto diversos fatores como estresse, tabagismo e apneia são conhecidos como gatilhos para o bruxismo, estudos recentes indicam uma ligação significativa entre o autismo e uma maior prevalência dessa condição.

O que explica a relação entre autismo e bruxismo?

Estudos apontam que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm até 3,6 vezes mais risco de desenvolver bruxismo em comparação a crianças neurotípicas. Embora as causas exatas ainda não sejam totalmente compreendidas, existem hipóteses sobre os fatores que poderiam influenciar essa relação:

  • Prevalência de problemas emocionais: Ansiedade, frequentemente observada em pessoas autistas, pode contribuir para o aumento do bruxismo.
  • Hábitos orais específicos: Comportamentos como morder brinquedos, sucção e respiração bucal, comuns entre crianças autistas, podem estar associados ao desenvolvimento do bruxismo.
  • Alterações no sono: Problemas relacionados à qualidade do sono, frequentemente observados em pessoas com TEA, podem agravar ou desencadear o bruxismo.

A importância de tratar o bruxismo em crianças

Embora o bruxismo seja frequentemente associado a adultos, ele também é comum em crianças, especialmente naquelas com TEA. Ignorar a condição na infância pode trazer consequências sérias para o desenvolvimento dentário e o bem-estar geral da criança.

O bruxismo infantil pode:

  • Comprometer o desenvolvimento dos dentes e da arcada dentária;
  • Prejudicar o sono, afetando o crescimento e a recuperação física;
  • Aumentar o estresse e a ansiedade, agravando problemas emocionais.

Abordagem para tratamento do bruxismo infantil

Tratar o bruxismo em crianças requer uma abordagem cuidadosa e personalizada. Além de proteger os dentes e aliviar os sintomas, o objetivo é melhorar a qualidade de vida e evitar complicações futuras.

O acompanhamento profissional, incluindo consultas regulares com um cirurgião-dentista, é essencial para identificar e tratar a condição de maneira eficaz. Métodos como o uso de placas personalizadas, ajustes nos hábitos diários e intervenções para melhorar a qualidade do sono podem ser aplicados de acordo com cada caso.

Conclusão

A relação entre o autismo e o bruxismo destaca a importância de uma avaliação detalhada e precoce em crianças com TEA. Tratar o bruxismo desde cedo ajuda a prevenir problemas futuros e contribui para uma melhor qualidade de vida, tanto no curto quanto no longo prazo.

Alguns destaques

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