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Aumento genético da aprendizagem e memória em Camundongos

O receptor NMDA, um detector de coincidência sináptica crucial para a plasticidade neuronal, desempenha um papel fundamental na formação da memória.

por Redação CPAH

A busca por compreender os mecanismos subjacentes à aprendizagem e memória tem sido um dos principais focos da neurociência. Um estudo inovador de Tang et al. (1999) demonstrou que a manipulação genética da subunidade NR2B do receptor NMDA em camundongos transgênicos resultou em um aumento significativo da capacidade de aprendizado e memória desses animais.

O receptor NMDA, um detector de coincidência sináptica crucial para a plasticidade neuronal, desempenha um papel fundamental na formação da memória. A subunidade NR2B, por sua vez, regula o tempo de abertura do canal iônico do receptor NMDA, influenciando a detecção de coincidência sináptica e, consequentemente, a plasticidade sináptica (Tang et al., 1999).

Os camundongos transgênicos, nomeados “Doogie” em homenagem ao personagem da série de TV “Doogie Howser, M.D.”, apresentaram um aumento na expressão da subunidade NR2B em regiões cerebrais importantes para a memória, como o córtex e o hipocampo. Essa superexpressão levou a um aumento da atividade dos receptores NMDA, facilitando a potenciação de longa duração (LTP) e melhorando o desempenho dos camundongos em diversas tarefas comportamentais, como reconhecimento de objetos, condicionamento de medo e aprendizado espacial (Tang et al., 1999).

Este estudo pioneiro não apenas confirmou a importância do receptor NMDA e da subunidade NR2B na formação da memória, mas também abriu novas perspectivas para o desenvolvimento de terapias para doenças neurodegenerativas e distúrbios de aprendizado. A possibilidade de aprimorar geneticamente as capacidades cognitivas em mamíferos, como demonstrado por Tang et al. (1999), representa um avanço significativo na neurociência e na busca por desvendar os mistérios da mente humana.

Referência:

TANG, Y. P. et al. Genetic enhancement of learning and memory in mice. Nature, v. 401, n. 6748, p. 63-69, 1999.

Foto de lilartsy na Unsplash

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