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Ansiedade em Superdotados: Entre a Hiperatividade e o Alto Padrão

O grau de ansiedade é proporcional ao nível de hiperativação. Essa hiperatividade pode trazer consequências quando não é regulada por outros neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, por exemplo.

por Redação CPAH

Um resumo simplista

Muitos profissionais chamam de ansiedade.

Para mim não é.

Ansiedade é o nome dado ao aumento da ativação da amígdala pelo glutamato e às consequências desse aumento. O grau de ansiedade é proporcional ao nível de hiperativação. Essa hiperatividade pode trazer consequências quando não é regulada por outros neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, por exemplo.

Em superdotados, há uma confusão diagnóstica em relação à ansiedade, pois a hiperativação da amígdala é comum, mas geralmente controlada por outros neurotransmissores, em uma intensidade aumentada de toda a circuitaria cerebral. É como se o normal, nesses casos, ocorresse com maior expressão e função do que em outras condições. Quando, em superdotados, essa regulação não está adequada, pode-se falar em dupla excepcionalidade ou, então, em um problema de ansiedade.

Na maioria dos superdotados, no entanto, isso não caracteriza ansiedade, mas sim um alto padrão de funcionamento.

Como saber se é ansiedade fora do padrão? Se for prejudicial e houver dificuldade em controlar.

Observações melhor elaboradas

A ansiedade é um fenômeno neurobiológico que envolve diversas áreas do cérebro, sendo a amígdala uma peça central nesse processo. A amígdala, responsável por processar emoções como o medo e a ansiedade, pode ter sua ativação aumentada pelo neurotransmissor excitatório glutamato, o que resulta em um estado de alerta constante. Esse estado é regulado por neurotransmissores como o GABA, a serotonina e a dopamina, que funcionam como um “freio” para evitar uma hiperexcitação prejudicial. Quando esse equilíbrio é rompido, os efeitos da ansiedade se tornam mais evidentes.

No contexto dos superdotados, surge uma questão diagnóstica importante: é comum que essa hiperativação da amígdala ocorra de forma mais intensa, acompanhada de uma intensificação das experiências emocionais e sensoriais. Isso, muitas vezes, leva a uma confusão, já que nem sempre essa hiperativação é patológica. Muitos superdotados operam em um padrão de alta intensidade, o que pode ser confundido com ansiedade, mas, na realidade, pode refletir um alto padrão de funcionamento emocional e cognitivo.

A Complexidade da Ansiedade em Superdotados

É importante ressaltar que a ansiedade é um processo complexo, que vai além da simples hiperativação da amígdala. Envolve uma série de interações entre diferentes áreas do cérebro, hormônios e outros neurotransmissores. Simplificar o processo apenas à ativação da amígdala pelo glutamato pode levar a uma visão incompleta do que está acontecendo. Outros circuitos cerebrais e fatores, como a predisposição genética e experiências vividas, também desempenham um papel crucial no desenvolvimento da ansiedade.

No caso dos superdotados, embora a hiperativação da amígdala seja comum, ela não deve ser sempre considerada “normal”. A capacidade de regular essa hiperatividade varia significativamente de pessoa para pessoa. Alguns superdotados conseguem gerenciar bem essas intensas emoções, enquanto outros podem apresentar sintomas prejudiciais que indicam a presença de um transtorno de ansiedade. A dupla excepcionalidade, por exemplo, é um fenômeno importante a ser observado, em que a superdotação é acompanhada por transtornos como a ansiedade, que necessitam de suporte especializado.

Ansiedade ou Alto Padrão de Funcionamento?

Outro ponto que merece atenção é a diferenciação entre os sintomas da ansiedade e as características inerentes à superdotação, como o perfeccionismo, a intensidade emocional e a hipersensibilidade. Em muitos casos, essas características podem ser confundidas com ansiedade, mas é essencial evitar generalizações. Nem todos os superdotados sofrem de transtornos de ansiedade, assim como nem todo perfeccionista apresenta níveis patológicos de preocupação. Cada caso deve ser analisado de forma individualizada por profissionais especializados, que possam avaliar se há realmente um transtorno ou se se trata de um padrão elevado de funcionamento emocional.

Quando Buscar Ajuda?

É fundamental reconhecer os sinais de que a ansiedade está fora do controle. Sintomas como preocupação excessiva, medo intenso, dificuldades de concentração, alterações no sono e isolamento social, quando persistentes e prejudiciais ao bem-estar, podem indicar um quadro que requer atenção profissional. A presença de sintomas prejudiciais é um importante indicativo de que algo mais está acontecendo além das características normais da superdotação.

Alguns destaques

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