A prevalência global de diabetes tipo 2 vem crescendo exponencialmente nas últimas décadas, tornando-se um problema de saúde pública de proporções epidêmicas. A busca por alternativas mais saudáveis ao açúcar tradicional, como adoçantes e mel, é frequente entre pessoas que desejam reduzir o risco de desenvolver a doença.
Neurociência do paladar e recompensa
Do ponto de vista neurocientífico, o paladar é um sentido complexo que interage com o sistema de recompensa do cérebro. O consumo de açúcar ativa áreas cerebrais relacionadas ao prazer, liberando dopamina, um neurotransmissor associado à sensação de recompensa. Essa resposta hedônica contribui para o desejo por alimentos doces, podendo levar ao consumo excessivo e, consequentemente, ao aumento do risco de diabetes.
Adoçantes e o sistema de recompensa
Os adoçantes artificiais são substâncias que imitam o sabor doce do açúcar, mas não possuem valor calórico. Apesar de não ativarem o sistema de recompensa da mesma forma que o açúcar, estudos sugerem que o uso prolongado de adoçantes pode dessensibilizar as papilas gustativas, levando ao aumento da ingestão de alimentos doces para compensar a diminuição da percepção do sabor.
Mel e a resposta glicêmica
O mel é um adoçante natural composto principalmente de frutose e glicose. A frutose é metabolizada pelo fígado, enquanto a glicose é absorvida pelo sangue. O consumo de mel causa um aumento na glicemia, porém, em menor grau do que o açúcar tradicional.
Genômica e suscetibilidade à diabetes
Estudos genômicos identificaram variantes genéticas que podem influenciar a suscetibilidade individual à diabetes tipo 2. Indivíduos com essas variantes podem ter uma resposta glicêmica mais acentuada ao consumo de açúcares, tornando-os mais propensos a desenvolver a doença.
A escolha entre adoçantes e mel para evitar diabetes deve levar em consideração diversos fatores, como a resposta individual ao consumo de cada substância, histórico familiar de diabetes e estilo de vida.
Para indivíduos com alto risco de diabetes, o ideal é reduzir o consumo de qualquer tipo de adoçante, incluindo mel, e optar por alternativas naturais como frutas frescas e especiarias.
A adoção de uma dieta saudável e a prática regular de atividade física são medidas essenciais para prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2, independentemente da escolha do adoçante.
Riscos e benefícios do mel e adoçantes em relação ao câncer:
Mel:
Riscos:
- Câncer de estômago: Estudos sugerem que o consumo frequente de mel pode estar associado a um risco aumentado de câncer de estômago, especialmente em indivíduos com predisposição genética.
- Contaminação por esporos de botulismo: O mel pode conter esporos de botulismo, que podem ser perigosos para bebês menores de 1 ano.
Benefícios:
- Antioxidantes: O mel é rico em antioxidantes, que podem ajudar a proteger as células contra danos que podem levar ao câncer.
- Propriedades anti-inflamatórias: O mel possui propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a reduzir o risco de alguns tipos de câncer.
Adoçantes artificiais:
Riscos:
- Câncer de bexiga: Alguns estudos associaram o consumo de adoçantes artificiais, como a sacarina, a um risco aumentado de câncer de bexiga.
- Alterações na microbiota intestinal: Adoçantes artificiais podem alterar a microbiota intestinal, o que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como diabetes e obesidade, que por sua vez aumentam o risco de alguns tipos de câncer.
Benefícios:
- Não contêm calorias: Adoçantes artificiais não contêm calorias, o que pode ser útil para pessoas que desejam perder peso ou controlar o consumo de açúcar.
- Não causam cáries: Adoçantes artificiais não causam cáries, o que pode ser benéfico para a saúde bucal.
A escolha entre mel e adoçantes deve ser individualizada e levar em consideração diversos fatores, como histórico de saúde, estilo de vida e preferências pessoais. É importante ressaltar que o consumo moderado de qualquer tipo de adoçante é essencial para evitar os riscos potenciais à saúde.
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