Acompanhamento psiquiátrico assertivo na redução da duração do tratamento

Pesquisadores(as): 

Dr. Flávio H. Nascimento – Dr. Flávio Henrique é formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.

Dr. Fabiano de Abreu – O Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e Genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE – Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society e Triple Nine Society. Autor de mais de 200 artigos científicos e 15 livros.

Introdução

O tratamento psiquiátrico é uma terapia que visa tratar transtornos mentais, emocionais e comportamentais. Envolve a utilização de abordagens clínicas e farmacológicas, sendo conduzido por profissionais de saúde mental especializados, como médicos psiquiatras. 

Ele busca aliviar sintomas, melhorar a qualidade de vida do paciente e promover sua estabilidade emocional, pode envolver o uso de medicamentos psicotrópicos, terapias psicoterapêuticas individuais ou em grupo, intervenções psicossociais e suporte psicossocial. O tratamento é baseado em uma avaliação completa do paciente, considerando seus sintomas, histórico médico e psicossocial.

É importante reconhecer, no entanto, que, em certos casos, o tratamento psiquiátrico pode se estender por muitos anos, especialmente quando se trata de doenças crônicas ou recorrentes. Todavia é essencial ter em mente que o objetivo da abordagem terapêutica é alcançar a estabilidade e a qualidade de vida do paciente, sempre buscando reduzir a dependência de medicamentos e a duração do tratamento.

Um acompanhamento psiquiátrico assertivo é fundamental para entender as necessidades individuais do paciente e seu contexto social, familiar e psicológico. Ao considerar esses aspectos, os profissionais de saúde mental podem direcionar o tratamento de forma personalizada, com abordagens multidisciplinares, que podem incluir terapia psicoterapêutica, modificação do estilo de vida, suporte social e intervenções farmacológicas adequadas.

A busca por reduzir a duração do tratamento psiquiátrico não implica em pressa ou negligência, mas sim em uma abordagem individualizada e eficaz. O foco está em alcançar a remissão dos sintomas, quando possível, fortalecer a resiliência do paciente e promover a autonomia na gestão de sua saúde mental. O acompanhamento regular, aliado a estratégias terapêuticas personalizadas, visa a manutenção dos resultados positivos a longo prazo.

Acompanhamento dependente x acompanhamento assertivo

O cuidado adequado em tratamentos psiquiátricos é essencial para evitar a dependência do paciente tanto de medicamentos quanto do próprio acompanhamento. Uma abordagem assertiva e direcionada às necessidades individuais é fundamental para evitar a extensão desnecessária do tratamento, o abandono e a obtenção de resultados insatisfatórios. 

Investir em um acompanhamento personalizado permite considerar as particularidades e especificidades de cada paciente, adaptando o tratamento de acordo com suas necessidades. Isso inclui uma avaliação cuidadosa do uso de medicamentos, com a busca por reduzir a dependência e a duração do tratamento farmacológico sempre que possível. Além disso, é importante oferecer estratégias terapêuticas alternativas, como terapias psicoterapêuticas e intervenções psicossociais, para promover a autonomia e a capacidade do paciente em lidar com sua saúde mental.

Um acompanhamento assertivo implica em estabelecer metas claras e realistas, envolver o paciente em seu próprio tratamento e manter uma comunicação aberta e contínua. Dessa forma, é possível evitar a improdutividade do tratamento e direcioná-lo de forma mais eficiente, pontual e direta, visando alcançar resultados mais satisfatórios e duradouros para o paciente.

Contexto familiar do paciente e direcionamento da abordagem psiquiátrica

Já se sabe a importância de incluir a família como parte importante do processo de tratamento psiquiátrico do paciente, o que pode, comprovadamente, reduzir a necessidade de transferências, entre outros.

A compreensão do contexto familiar do paciente é primordial no tratamento psiquiátrico pois ao considerar a dinâmica familiar, é possível direcionar a abordagem terapêutica de forma mais assertiva, levando em conta as particularidades de cada caso. 

Além disso, envolver a família como parte atuante no tratamento proporciona um suporte crucial ao paciente, contribuindo para sua recuperação e bem-estar. A participação da família também facilita a identificação de fatores desencadeantes e o estabelecimento, quando necessário, de estratégias de prevenção de recaídas. 

O envolvimento familiar fortalece os laços afetivos e promove uma rede de apoio que auxilia na adesão ao tratamento e na melhoria dos resultados terapêuticos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

Irani F, Dankert M, Siegel SJ. Atitudes do paciente e da família frente ao tratamento da esquizofrenia. Curr Psiquiatria Rep. 2004 Ago;6(4):283-8. DOI: 10.1007/s11920-004-0078-9. PMID: 15260944. Disponível em: Atitudes do paciente e da família frente ao tratamento da esquizofrenia – PubMed (nih.gov). Acesso em 18 Jul. 2023.

Ong CY, Soh LL, Low SG, Mok YM, Vasanwala FF. Reducing Follow-Up Appointments in a Mental Health Institute in Singapore: Family Medicine-Psychiatry Collaboration. Prim Care Companion CNS Disord. 2019 May 30;21(3):18m02405. doi: 10.4088/PCC.18m02405. PMID: 31170335. Disponível em: Reducing Follow-Up Appointments in a Mental Health Institute in Singapore: Family Medicine-Psychiatry Collaboration – PubMed (nih.gov). Acesso em 18 Jul. 2023.

Kurdyak P, Vigod SN, Newman A, Giannakeas V, Mulsant BH, Stukel T. Impact of Physician Follow-Up Care on Psychiatric Readmission Rates in a Population-Based Sample of Patients With Schizophrenia. Psychiatr Serv. 2018 Jan 1;69(1):61-68. doi: 10.1176/appi.ps.201600507. Epub 2017 Sep 1. PMID: 28859584. Disponível em: Impact of Physician Follow-Up Care on Psychiatric Readmission Rates in a Population-Based Sample of Patients With Schizophrenia – PubMed (nih.gov). Acesso em 18 Jul. 2023.

ISSN: 2763-6895

Prefixo DOI: 10.56238/cpahciencia-013

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