João acabou de receber a notícia pelo celular que passou no vestibular, um sonho que acalentava desde a infância. Ele se trancou no banheiro da escola para verificar o resultado, desejando um momento de privacidade antes de compartilhar o que poderia ser um divisor de águas em sua vida.
Momentos antes de abrir o aplicativo, João sentia uma mistura de ansiedade e expectativa. Suas mãos suavam e um frio na barriga indicava que seu corpo estava em estado de alerta. A serotonina estava em níveis baixos, o que contribuiu para sua inquietação, enquanto a noradrenalina, liberada em resposta ao estresse, mantinha seu corpo pronto para qualquer resultado. O cortisol, o principal hormônio do estresse, estava elevado, acelerando seus pensamentos e aumentando a tensão física. Apesar da ansiedade, havia uma liberação moderada de dopamina, suficiente para sustentar a esperança sem levar à euforia.
Quando finalmente viu a mensagem de aprovação, uma onda intensa de alívio e felicidade o envolveu. Nesse momento, seu cérebro liberou uma quantidade significativa de dopamina, proporcionando uma sensação de prazer e satisfação. O glutamato, um neurotransmissor excitador, intensificou essa sensação, deixando João eufórico. A endorfina, liberada logo após, ajudou a suavizar a excitação, trazendo uma sensação de bem-estar e alívio.
João imediatamente compartilhou a notícia com seus pais e amigos próximos, sentindo um calor reconfortante no peito. Esse sentimento foi gerado pela ocitocina, o hormônio do vínculo e da afeição, que fortaleceu ainda mais a alegria que ele já sentia.
Conforme o tempo passava, a euforia inicial começou a se acalmar. O GABA, um neurotransmissor inibitório, começou a atuar, reduzindo a excitação neuronal e promovendo o relaxamento. A serotonina, agora em níveis elevados devido à felicidade da conquista, ajudou a estabilizar seu humor, mantendo uma sensação de bem-estar duradoura. A noradrenalina, que antes estava alta, agora se estabilizava, mantendo João alerta, mas sem a ansiedade inicial.
Além desses neurotransmissores principais, outros também podem ter desempenhado papéis importantes. A acetilcolina, por exemplo, provavelmente ajudou na consolidação da memória desse momento marcante. Neuropeptídeos como o Neuropeptídeo Y (NPY) podem ter contribuído para a sensação de recompensa e prazer. A colecistocinina (CCK) poderia ter influenciado a sensação de saciedade ou fome, embora inibida pela dopamina. A dinorfina, um opioide endógeno, pode ter colaborado com as endorfinas na promoção do relaxamento, enquanto a substância P, associada à percepção sensorial, poderia ter intensificado a excitação e a sensação de “borboletas no estômago” antes do resultado.