Início ColunaNeurociências A terapia com Células-Tronco como uma nova fronteira no tratamento do Autismo: Potencial e Perspectivas

A terapia com Células-Tronco como uma nova fronteira no tratamento do Autismo: Potencial e Perspectivas

Atualmente, as opções de tratamento para o TEA são limitadas e frequentemente apresentam resultados insatisfatórios. No entanto, a terapia com células-tronco surge como uma nova possibilidade promissora no horizonte.

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental complexa que afeta milhões de indivíduos em todo o mundo. Atualmente, as opções de tratamento para o TEA são limitadas e frequentemente apresentam resultados insatisfatórios. No entanto, a terapia com células-tronco surge como uma nova possibilidade promissora no horizonte.

Ichim et al. (2007) exploram o potencial da terapia com células-tronco no tratamento do autismo, focando em duas patologias associadas: a hipoperfusão cerebral e a desregulação imunológica. Os autores propõem o uso combinado de células CD34+ do cordão umbilical, com capacidade angiogênica, e células mesenquimais, com propriedades imunomoduladoras, como uma abordagem terapêutica inovadora. A hipoperfusão cerebral, caracterizada pela diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro, tem sido consistentemente observada em crianças com autismo e correlacionada com a gravidade dos sintomas. As células CD34+ do cordão umbilical, com seu potencial de estimular a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), poderiam melhorar a perfusão cerebral e, consequentemente, a função neuronal. A desregulação imunológica, evidenciada por anormalidades em células T e B e processos inflamatórios, também tem sido implicada na fisiopatologia do autismo. As células mesenquimais, com suas propriedades imunossupressoras e capacidade de modular a resposta imune, poderiam atenuar a inflamação e promover um ambiente mais favorável para o desenvolvimento neuronal.

A terapia com células-tronco, embora ainda em estágios iniciais de pesquisa para o tratamento do autismo, apresenta um potencial promissor. Estudos clínicos bem planejados são necessários para avaliar a segurança e a eficácia dessa abordagem terapêutica. No entanto, a capacidade das células-tronco de abordar múltiplas patologias associadas ao autismo oferece esperança para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados no futuro, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com TEA.

Referência:

Ichim, T. E., Solano, F., Glenn, E., Morales, F., Smith, L., Zabrecky, G., & Riordan, N. H. (2007). Stem cell therapy for autism. Journal of Translational Medicine, 5, 30. https://doi.org/10.1186/1479-5876-5-30

Citação ABNT:

ICHIM, T. E. et al. Stem cell therapy for autism. Journal of Translational Medicine, v. 5, n. 30, 2007.

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