A superdotação e a síndrome de Asperger: Uma relação complexa

A relação entre a superdotação e a Síndrome de Asperger (SA) é um tópico de crescente interesse na pesquisa em neurociência e psicologia. A superdotação, caracterizada por um quociente de inteligência (QI) elevado, e a SA, uma forma de autismo de alto funcionamento, compartilham algumas características fenotípicas, como interesses restritos, hiperfoco e dificuldades de socialização.

Embora a superdotação e a SA sejam condições distintas, estudos recentes têm demonstrado que elas podem compartilhar bases genéticas. Pesquisa de Savage et al. (2018) identificou 859 genes que, embora não estejam diretamente ligados à inteligência, estão relacionados a variantes funcionais que influenciam o desenvolvimento do sistema nervoso. Além disso, estudos de neuroimagem têm revelado semelhanças na estrutura e função cerebral de indivíduos superdotados e com SA, particularmente em áreas associadas ao processamento cognitivo e social.

É importante ressaltar que nem todos os indivíduos superdotados apresentam características de SA, e nem todos os indivíduos com SA são superdotados. No entanto, a identificação de traços compartilhados e a possibilidade de uma base genética comum sugerem que a superdotação e a SA podem representar pontos em um espectro mais amplo de desenvolvimento neurológico.

Referência:

AGRELA RODRIGUES, Fabiano de Abreu; BANASKIWITZ, Natalie Helene van Cleef. Traços compartilhados na superdotação e na Síndrome de Asperger: uma artigo original e também revisão narrativa. Caderno pedagógico, v. 16, n. 1, p. 54-65, 2019.

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