A demência, um desafio global de saúde pública em crescimento, tem sido objeto de intensas pesquisas e debates. O relatório da Comissão Lancet sobre prevenção, intervenção e cuidados com a demência traz novas evidências promissoras sobre o tema, destacando a importância da intervenção precoce na infância e ao longo da vida para mitigar os riscos e o impacto da doença. O estudo reforça que abordar 14 fatores de risco modificáveis, incluindo o colesterol LDL alto e a perda de visão não tratada, pode prevenir ou retardar quase metade dos casos de demência.
A implementação de intervenções precoces, como educação de qualidade, estímulo cognitivo, tratamento de condições de saúde subjacentes e promoção de um estilo de vida saudável, pode não apenas reduzir o risco de desenvolver demência, mas também retardar seu progresso e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. O relatório destaca a necessidade de políticas públicas abrangentes e equitativas que priorizem a prevenção e o acesso a cuidados de saúde adequados para todos, independentemente de sua origem socioeconômica ou localização geográfica.
A demência representa um desafio complexo com implicações significativas para indivíduos, famílias e sistemas de saúde em todo o mundo. No entanto, o relatório da Comissão Lancet oferece um vislumbre de esperança, demonstrando que a prevenção e o retardo da demência são possíveis através de uma abordagem proativa e abrangente que englobe intervenções precoces na infância e ao longo da vida. A adoção de políticas públicas eficazes e a conscientização da população sobre a importância da prevenção são cruciais para enfrentar esse desafio e garantir um futuro com menos casos de demência e mais qualidade de vida para todos.
Referência:
Livingston, G. et al. (2024). Prevention, intervention, and care for dementia: 2024 report of the Lancet Standing Commission on dementia. The Lancet. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)01211-8
